Passamos por uma crise econômica internacional assim como
os demais países mas não na mesma intensidade catastrófica que afeta
principalmente a América do Norte, a Europa e alguns países da Ásia. No
entanto, vivenciamos uma crise interna de valores éticos e morais que talvez
tenham sido esquecidos como foi a Educação Moral e Cívica obrigatória no currículo
escolar até o final da década de 1980 em alguns estados. Parece que
optamos em “deixar a vida me levar” e
cruzar os braços diante dos problemas. Parece que os problemas não precisam ser
resolvidos no cerne da questão porque fica mais fácil “jogar a sujeira pra
debaixo do tapete”. Num país em que secretários e ministros da educação e da
saúde, por exemplo, não são profissionais das respectivas áreas, como
fequentemente ocorre, o que esperar? Vimos os resultados do Ideb ( Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica) serem divulgados nesta semana afirmando a
defasagem educacional que temos em nosso país tanto na escola pública quanto na
particular . Ora, com tão boa infraestrutura que demonstra ter pelas
altíssimas mensalidades, a escola particular teria a obrigação de apresentar
bons resultados. Já a escola pública, com tantas dificuldades de
infraestrutura e de valorização
profissional, apresentou resultados, por vezes, já conhecidos. Foi o suficiente
para o Ministro da Educação se pronunciar dizendo que o problema da educação
pública de Ensino Médio é a quantidade de disciplinas no currículo obrigatório.
Como solução, propôs reduzir este número. Caro leitor, isso não significa
cruzar os braços para um problema tão mais profundo por que passa o sistema
educacional brasileiro como por exemplo a falta de planejamento sério sem fins
eleitoreiros? E o que dizer da candidata à prefeitura de São Paulo, Soninha, só
pra citar mais um exemplo? Propôs, como saída para o problema do trânsito da
cidade, o pedágio urbano. Meus caros, creio ser uma boa alternativa, porém,
para não “por o carro na frente dos bois”, é necessário ter um transporte público
coletivo eficiente, quantitativo e de qualidade. Isto não é cruzar os braços
para um problema tão complexo quanto o das vias de circulação da maior cidade
brasileira? E, por último, para não falar ainda de caso “Cachoeira” e “Mensalão”,
cito a atitude do candidato à prefeitura
de São Paulo, Fernando Haddad: saiu na imprensa que em seu site de campanha
tinha um vídeo onde se comparava Serra a Hitler. Sendo verdade, ordenou que o
responsável pelo site o excluísse de sua página. Tomou a atitude correta mas em
seguida demitiu o funcionário responsável por postar o vídeo. Ora, essa atitude
demonstra uma intolerância que parece não fazer parte da administração moderna,
segundo o que se vê em entrevistas de grandes administradores ou líderes. Não
seria uma forma simplista de resolver o problema, porém, desastrosa?
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